Antônio Werneck e a arte de fazer grandes reportagens

4 de fevereiro de 2013

Por Luiza Gould e Marcela Rochetti

Assim que chega ao local marcado para a entrevista, Antônio Werneck pede desculpas pela demora de cerca de uma hora: “vida de jornalista”, diz. Simpático, se mostra alegremente surpreso pela pequena estrutura preparada para recebê-lo. Ao longo da entrevista, conta histórias da sua carreira, lembra de matérias que o emocionaram e fala das técnicas de apuração e entrevista que costuma utilizar. O jornalista, com vários prêmios no currículo, elogia a preparação e pesquisa das duas estudantes do terceiro período. Werneck já é um veterano de profissão: trabalha na editoria Rio do Globo há mais de 22 anos. A simplicidade do renomado jornalista contagia e quando todos percebem já é quase 1h da manhã no fim da conversa, que se estendeu ao longo de duas horas.

O motivo para ser jornalista



O encontro de Antônio Werneck com o jornalismo aconteceu cedo, ainda aos 14 anos, quando começou a trabalhar como entregador de jornais. Werneck conta que trabalhou todos os dias, inclusive finais de semana e feriados, durante cinco anos. Ele acordava às 3h da manhã e entregava cerca de 200 jornais por dia.

"Eu gostava de sentir o cheiro do jornal novinho, saído daquelas máquinas", relembra o jornalista. Segundo ele, o hábito de ler as notícias todos os dias foi crucial para que seguisse a profissão. Motivado, decidiu criar um jornal, que teve grande repercussão no Colégio Liceu Nilo Peçanha, onde estudava. Mais tarde, ao se tornar presidente do Grêmio, decidiu criar outro jornal de pequena tiragem.

O engajamento com a produção jornalística só aumentou ao longo dos anos. Em meio a projetos bem e mal sucedidos, Werneck teve sua grande chance. Ingressou como repórter do jornal O São Gonçalo e desde então não parou mais. Trabalhou em seguida no Fluminense, Jornal do Brasil e no Globo, onde está atualmente.

Diferença entre jornais

Ao longo de sua carreira, o jornalista atuou, assim, em jornais de pequeno e grande porte. De acordo com Werneck, a diferença entre eles está centrada na logística e na rotina de produção. Ele conta que no Fluminense os recursos eram limitados, não havia muitos carros, nem fotógrafos. "Se você pedisse seu próprio telefone dava a maior confusão. Já no Globo, tem pessoas para atender ao telefone para você", compara. Entretanto, o jornalista ressalta que na produção da notícia não há e nem pode haver diferença. Ele explica que a falta de recursos não impede o profissional de realizar seu trabalho.


A grande reportagem



Com uma carreira marcada por grandes reportagens, Antônio Werneck é considerado uma referência para falar do assunto. Para ele, trabalho e foco são os dois pilares por trás de uma grande reportagem, ou seja, da matéria que explora a profundidade de determinado assunto e que requer uma longa imersão do jornalista na apuração e produção do texto. Sobre o assunto o jornalista diz: “É você encontrar as informações corretas, as pessoas certas, escrever da forma correta. Isso dá o maior trabalho. Mas é isso que você precisa para uma grande reportagem, além de foco.”

O ganhador de três prêmios Esso de jornalismo acredita que seis aspectos devem ser levados em consideração na hora de fazer a grande reportagem: ter uma boa ideia; fazer uma pré-apuração para saber se essa ideia é viável e se condiz com a realidade; mostrar ao jornal que o material é importante e que vale a pena ser publicado; ter cuidado com a apuração, checando todas as informações; caprichar no texto e, por fim, criar interesse do público na Internet. Werneck exemplifica esse último passo lembrando de matéria que fez sobre o traficante Fernandinho Beira-Mar em 2010. O jornalista, além da matéria, produziu um documentário de sete horas com a gravação das entrevistas que realizou. O resultado foi a publicação na internet de dois pequenos filmes, cada um de 8 minutos, que motivaram as pessoas a ler a reportagem.

Já quanto ao terceiro passo – mostrar ao jornal que seu material é importante - Werneck fez uma observação com certo pesar: “Você tem que convencer o jornal de que aquele seu material é melhor do que o dos seus colegas. Essa é uma visão muito ruim, mas é a verdade. Você vai ocupar o espaço que seus colegas estariam ocupando também”, afirmou Werneck lembrando que, apesar de haver certa disputa por espaço, a relação no jornal deve ser de parceria.


Reportagens que o marcaram

A primeira matéria lembrada por Antônio Werneck durante a entrevista foi “Ninguém nasce Fernandinho Beira-Mar”. Nela, o jornalista relata que nenhum colega de escola do traficante virou bandido e que Beira-Mar era bom estudante, além de ser coroinha de Igreja. Werneck afirma que se emocionou muito durante a apuração que durou cinco anos. Na opinião do jornalista essa foi uma das matérias mais trabalhosas que já vez.

“Na primeira fase, eu tive que conseguir autorização para ter acesso ao arquivo morto de uma escola pública municipal de Caxias, onde ele estudava. O problema é que a escola não tinha feito vistoria e o arquivo foi parar em outro colégio. Então eu tive de entrar em contato com o prefeito, do prefeito consegui contato com a secretária municipal e apresentei a proposta. Ela falou que os diretores da escola iam ficar apavorados quando eu dissesse que queria informações da sala do Fernandinho Beira-Mar. Então tivemos que pegar arquivos de dez escolas de Caxias, entre elas a que eu queria”.

Depois de conseguir o arquivo foi preciso identificar as pessoas. Para isso, o jornalista teve que cruzar várias informações, como telefone, endereço e CPF dos antigos alunos da sala do traficante. “Eu identifiquei todo mundo, mas eram pessoas que tinham 4, 5 anos de idade. Como você chega nessas pessoas hoje? Tive que fotografar todo o material, xerocar, catalogar todo mundo, porque eu precisava do nome completo das pessoas, do nome dos pais delas e da data de nascimento.” Em seguida, foi preciso ligar para esses ex-alunos e convencê-los a dar uma entrevista: “Foi outra dificuldade, convencê-los a falar de um bandido”.


Tanto esforço valeu a pena: a reportagem foi eleita a melhor do jornal O Globo de 2010. Para Werneck, no entanto, a importância da matéria foi além do reconhecimento: “A imprensa de uma forma geral quando olha para a favela, só vê o traficante e não vê as coisas boas que a favela está produzindo. Quis mostrar nessa matéria que não é bem assim e que os jornais precisam olhar para a favela, mas também para essas coisas que estão dando certo. O foco do jornal tem que mudar.”


Se “Ninguém nasce Fernandinho Beira-Mar” foi a matéria que emocionou Werneck, a matéria sobre um menino de rua foi a que abriu caminho para a constituição do seu nome no Globo e na imprensa como um todo. A matéria foi realizada pouco depois da chacina da Candelária em 1993.

Como repercussão das reportagens referentes à chacina, O Globo começou a publicar fotos de menores de rua, muitos praticando roubos. Baseado em uma dessas fotos, Werneck recebeu como pauta entrevistar um menino que aparecia na imagem roubando uma senhora: “Eu fui para a rua atrás do garoto, achei ele e mais do que isso. Eu achei uma incrível história. Era um grande personagem”, conta.

Werneck lembra que abriu a matéria falando de um sonho maluco que o menino teve com aviões azuis e revólveres cor-de-rosa. “Comecei a discutir com o editor para que ele desse a matéria do jeito que escrevi. Porque ele queria dar apenas que o menino tinha usado o dinheiro roubado para comprar cola. Era um bom assunto também, mas o garoto tinha uma história fantástica”. Como não havia mais tempo, a reportagem acabou sendo publicada da forma que foi escrita por Werneck e o resultado foi surpreendente: ela foi considerada a melhor matéria do mês do jornal.

Entre as matérias importantes da sua carreira, Werneck também lembra com carinho daquelas que foram premiadas. É o caso de “Traficantes nos quartéis”, ganhadora do prêmio Esso de 2003. Ele conta que a ideia para falar de militares ligados ao tráfico de drogas surgiu a partir da observação.

“A apuração aconteceu a partir do auxílio de fontes em off e de muitas pesquisas em arquivos militares. Eu estava vendo os números da apreensão de armas realizada pela polícia todo mês na fronteira. De repente, comecei a perceber que tinha alguma coisa errada já que muitas armas vindas da fronteira na forma de contrabando eram na verdade nacionais”, lembrou. Com a constatação, Werneck acabou por descobrir que as armas estavam sendo desviadas dos quartéis por policiais que as trocavam por drogas, o que foi um ensejo para uma série de reportagens que teve grande repercussão.

Denúncia

Outra denúncia deu a Antônio Werneck no ano passado uma nova premiação. “Depois da tempestade vem a corrupção” foi uma série de reportagens que mostrou o desvio do dinheiro destinado pelo governo à reconstrução das cidades da Região Serrana que sofreram impactos com a chuva de 2011.

Werneck conta que a ideia surgiu porque ele possui um sítio em Friburgo e começou a ouvir boatos dos moradores do local de que o dinheiro não estava sendo investido na cidade, porque tudo continuava o mesmo. Intrigado, o jornalista propôs ao Globo passar um tempo na cidade para investigar as suspeitas.

Ele relata o que foi a sua grande descoberta: “No meio da apuração teve algo fantástico que foi o depoimento de um empresário que contou que participou do esquema. Ele tinha ajudado a roubar o dinheiro e apontou para mim quem pagava as propinas. Mas ele não contou só para mim. Ele e a mulher se propuseram a ir ao Ministério Público e colocar tudo no papel.”

A testemunha encontrada por Werneck se valeu do esquema de delação premiada que ocorre quando uma pessoa resolve denunciar o esquema do crime do qual participou em troca de proteção e atenuação da pena. O jornalista conta que a apuração foi cansativa, pois foi necessário chegar até essa testemunha chave.

“A partir desse momento, as coisas começaram a andar. Eu tinha praticamente a matéria pronta, consegui dois ou três relatórios do TCU que estavam meio escondidos, mas que já apontavam irregularidades de fraudes e uma série de problemas na condução dos recursos”, conta. Werneck lembra que teve ainda a ajuda da repórter Waleska Borges. Ela apurou e escreveu sobre o outro lado da história: as vítimas da tragédia.


Bem-humorado, Antônio Werneck compara uma situação que viveu por causa dessa matéria com uma passagem do filme “Todos os Homens do Presidente”, do diretor Alan Pakula. “É um clássico a cena de entrada dos poderosos na redação. Passei por algo parecido no Globo durante essa apuração. Certo dia veio um grupo da Secretaria Estadual de Obras com o vice-governador do Estado. Eram umas 15 pessoas no total. Pediram para ir na direção e depois eu fui chamado. Fui lá mostrar os documentos que eu tinha, provar que o que eu escrevi estava certo”, contou.

Durante a lembrança, Werneck mostra a importância de juntar todos os que provam o que o jornalista escreveu “Quando você mexe com pessoas poderosas, mexe com advogados poderosos. Você sofre uma série de pressões para executar e até publicar. Depois que você publica começam as ameaças de processo, por isso é importante ter todos os documentos”, diz o jornalista, que com a sua matéria provocou o afastamento de quatro secretários e três prefeitos da região serrana. Eles estão hoje respondendo a inquéritos.

Grande Reportagem e Pauta do dia a dia

Grandes reportagens, além de terem suas dificuldades, necessitam de tempo para serem realizadas. Uma pergunta inevitável é onde ficam as matérias do dia a dia nesse contexto? Para Werneck, o jornalista não pode ficar só fazendo a grande reportagem, é preciso também fazer as outras matérias ao mesmo tempo. 

“Você faz todo dia alguma coisa, você não pode deixar parar, mesmo porque as pessoas te ligam”, diz Werneck, que ainda explica a rotina da redação: “Para as ‘super especiais’, que são planejadas com dois, três anos, a chefia te dá determinado período. Das matérias dominicais, apenas dois de seis repórteres ficam fora de pauta durante a semana, mesmo assim é um fora de pauta entre aspas, porque se o chefe da equipe precisar ele chama”. Como exemplo, ele usa novamente a matéria sobre Fernandinho Beira-Mar: nos cinco anos que passou produzindo o material, ganhou outros dez prêmios por outras reportagens. Apenas nos dois meses finais de preparação da reportagem sobre o traficante é que o jornalista parou para localizar as pessoas e entrevistá-las.


Werneck ainda fala do outro lado, ou seja, da importância de não fazer só as pautas do dia a dia, mas também se pautar e apostar em grandes reportagens: “São 600 jornalistas, se você não fizer nada diferente vai ser só mais um. Você precisa ter um momento para as pessoas olharem para você de forma diferente. É preciso fazer mais do que o feijão com arroz.” 

Cobertura de guerras

Veterano na editoria de polícia e experiente em coberturas de guerras, Werneck presenciou conflitos em Moçambique, Angola e Namíbia. Segundo o jornalista, em situações como essas é preciso seguir toda uma preparação. Ele explica que todos os jornais preparam seus repórteres com cursos de guerra que instruem práticas como caminhar com as forças de segurança e em grupos de pelo menos 9 a 10 pessoas. De acordo com ele, um cuidado constante que se procura ter é com as minas. "O retrato dessas guerras são as pessoas amputadas. A mina não te mata, ela é feita para inutilizar você e mais não sei quantas pessoas", desabafa.

Medo


Reportagens com temática centrada em tráfico de drogas, crimes e violência têm lugar de destaque no currículo do jornalista. Especialista em reportagens sobre segurança pública, Antônio Werneck diz não ter medo. "É como se eu estivesse trabalhando em qualquer outra área", declara. Segundo ele, o segredo está na relação de honestidade que tem com suas fontes. 

“É uma conversa muito franca, séria, algo muito profissional. Para Werneck, é preciso sempre ser honesto com o entrevistado, se identificar, adotar uma atitude estritamente profissional, não encontrar fontes com o intuito de lazer e sempre avisar o jornal antes de fazer uma entrevista. 

Como lidar com fontes


Para Werneck, a relação do repórter com suas fontes deve ser marcada ao mesmo tempo pela sinceridade e por um certo distanciamento. “Só publico aquilo que o jornal quer publicar. Se a pessoa for a vítima da minha matéria ela vai ser informada, se for o alvo da minha reportagem vai ser informada, se ela vai ser a fonte cujo nome vou preservar, ela tem que também saber que eu posso não cumprir essa palavra se ela estiver mentindo. É uma conversa muito franca, muito séria. Há assim muito profissionalismo na hora de lidar com as fontes e o jogo é muito aberto.”

Segundo ele, o segredo da boa relação repórter/fonte está exatamente em não estabelecer relações: “Não tenho nenhuma relação com as fontes. As pessoas podem me tratar bem, mas minha relação é com o jornal. Eu não encontro, não tomo café, não almoço, não tenho uma vida social com a pessoa.”

Na opinião do jornalista, ser direto também é muito importante. “O meu estilo de trabalho é o seguinte: quando eu chego na favela eu me identifico, quando eu chego na polícia eu me identifico, falo que eu sou repórter do Globo e estou fazendo essa matéria. A questão é muito direta. Não é fazer teatro, usar artifício para dar um jeito. Se você faz isso precisa se preocupar.”


Outra conclusão a que Werneck chegou ao longo de toda sua experiência como jornalista é que é necessário sempre ter em mente que todas as pessoas têm interesses e estão munidas deles ao sugerirem uma pauta ou passarem uma informação ao repórter: “Você sempre tem que saber que de certa forma está sendo usado. Toda a pessoa que liga para o jornal para fazer uma denúncia tem um interesse qualquer. Agora o interesse dela, pode ser o interesse da população. Então é preciso medir tudo isso.” 

Werneck exemplifica sua afirmação com informações vindas de policiais. Segundo o jornalista, esses profissionais ligam sempre para dizer as coisas boas que fizeram. Nesse sentido, a boa apuração é a chave para fugir de matérias somente positivas: “O fato deles só falarem coisas boas que fizeram não interfere em você apurar com a própria polícia coisas que determinados policiais estão fazendo de forma errada. Você pode checar o desempenho da polícia, ir conversar com o outro lado, ter uma interlocução com vários setores da sociedade. Dessa forma você pode checar e aferir se aquilo que ele está te falando é uma informação relevante ou não.” 


Elaboração de pautas

Werneck acredita que a elaboração de pautas boas e criativas depende do poder de observação do repórter. Segundo ele, é preciso ter o hábito de ler jornal diariamente e ficar atento a tudo que está acontecendo à sua volta. Ele explica que não basta ter boas ideias; é preciso ir além e tentar fazer algo novo. No entanto, Werneck explica que para isso o jornalista se submete a um processo estressante, no qual deixa de lado a vida pessoal e foca-se muito no trabalho. "Então é um processo cansativo à beça", atesta.

Técnicas de entrevista


Antônio Werneck adota uma postura discreta e sincera com seus entrevistados. O jornalista explica que, ao chegar para uma entrevista, sempre se identifica, pergunta se pode anotar, gravar e tirar foto. Segundo ele, é importante fazer a pessoa entrevistada se sentir confortável. De acordo com Werneck, suas entrevistas sempre começam com uma conversa informal. 

"Normalmente, começa com um papo que não tem nada a ver com o assunto. Isso é uma coisa que eu uso muito: chegar e conversar sobre outras coisas", explica. Para ele, essa etapa é importante, pois faz com que o jornalista perceba como é aquela pessoa, como ela se comporta e do que ela receia falar. Ele conta que evita ao máximo utilizar o bloco de notas, faz anotações só quando percebe que o entrevistado está à vontade.


A técnica do jornalista já lhe rendeu boas histórias, dentre elas o caso mais curioso envolveu o ex-jogador de futebol Romário. Werneck conta que foi pautado para acompanhar Romário e descobrir tudo sobre a vida dele. O ano era 1994, quando a carreira dele deslanchava e havia sido anunciada sua convocação de última hora para a Copa de 1994, no Uruguai. 

"Nunca tinha ouvido falar do Romário direito. Perguntei para o pessoal da editoria de Esportes e disseram que ele costumava jogar na Barra. Então, fui lá". Ele conta que foi atrás do jogador, identificou-se e declarou: "Eu preciso colar em você. Ou eu faço por bem ou eu faço por mal. Faz o que quiser, mas vou te seguir". 

Foi a sinceridade do jornalista que conquistou o jogador. Segundo Werneck, Romário disse ter gostado dele e o convidou para encontrá-lo mais tarde. O jornalista acompanhou um grande churrasco com a família e amigos do jogador. Depois disso, tornou-se amigo não só de Romário, como também da família dele, e assim conquistou um espaço garantido nas festas do jogador. "Eu fui o único convidado nas festas reservadas. O Globo era o único que entrava e eu tinha entrada. Então a imprensa toda ficou maluca", relembra. O episódio lhe rendeu espaço na editoria de Esportes de 1994. Para ele, isso tudo só aconteceu devido à forma sincera com a qual abordou Romário.

Sinceridade, simpatia, profissionalismo. Essas são características que para Werneck todo jornalista deve ter e que fizeram dele um nome consagrado na profissão. Apesar de ressaltar todas as dificuldades em fazer reportagens, conquistar seu espaço e passar a ser reconhecido, Antônio Werneck mostra que o jornalismo pode ser sinônimo da dedicação recompensada: “O jornalista faz tudo: barba, cabelo e bigode. Dá trabalho, mas gosto muito”, resume o especialista na arte de fazer grandes reportagens.

___________________________________________________________________
Antônio Werneck é repórter da editoria Rio de O Globo há 22 anos. Cobre a área de polícia e segurança pública. Já ganhou três prêmios Esso de Jornalismo na categoria Regional Sudeste: “Alvo sem proteção”, em 1999, “Traficantes nos Quartéis”, em 2003, e “Depois da Tempestade vem a corrupção”, em 2011. Também ganhou vários prêmios Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, com matérias como “Uma juventude perdida no Tráfico” (2002), “Mortos de Benfica foram presos por pequenos delitos” (2004) e “Culpados caso sejam vítimas” (em parceria com Gustavo Goulart no ano de 2006). Werneck começou sua carreira trabalhando no jornal O São Gonçalo. Pouco depois foi para O Fluminense, onde atuou na área de política e geral, e foi chefe de reportagem. Em 1990 passou pelo Jornal do Brasil na área de cidades até ser contratado pelo Globo no mesmo ano.

Busca Cadernos

Loading

Quem somos

Minha foto
Cadernos de Reportagem é um projeto editorial do Curso de Comunicação Social da UFF lançado em 3 de outubro de 2010.
 
▲ TOPO ▲
© 2014 | Cadernos de Reportagem | IACS