12 de maio de 2012
Por Marcela Macêdo Lourenço
Arte e Montagens de Ildo Nascimento
Locomoção prejudicada por causa dos desníveis, problemas respiratórios recorrentes pelo convívio com a poeira das ruas não asfaltadas, água acumulada nos buracos ajudando na proliferação do mosquito causador da dengue, lama por todo lado a dificultar a limpeza das calçadas. Definitivamente, a falta de pavimentação na Região Oceânica é um problema que preocupa cada vez mais os moradores do local.
Parte desse problema, porém, resulta da autorização de loteamentos em locais impróprios para moradia. O arquiteto e urbanista Luis Fernando Valverde afirma que o principal entrave para a pavimentação é a dificuldade de drenagem do solo alagadiço e mostra como esse transtorno era previsível: “A principal (dificuldade) é a necessidade de uma drenagem urbana adequada, o que em muitas áreas da Região Oceânica é complicado, por se tratar de áreas que nunca deveriam ter sido loteadas, como o entorno das Lagoas de Itaipu e Piratininga e as margens dos rios João Mendes, Jacaré e Arrozal”.
Uma pilha de reclamações
Montagem sobre fotos de Marcela Macêdo Lourenço
Moradores se dizem cansados de medidas paliativas e pedem providências. Reclamam que não faltam promessas de asfaltamento em ruas de bairros como Itaipu, Engenho do Mato e Piratininga. De acordo com eles, o prefeito Jorge Roberto Silveira afirmou em sua campanha eleitoral que pretendia asfaltar em média três ruas por mês, no entanto a promessa não é cumprida.
Roberto de Oliveira Mendonça, presidente da Associação de Moradores do Engenho do Mato, informa que recebe em média de 15 a 20 reclamações por dia relacionadas às consequências da falta de pavimentação. Isabel Cristina de Mendonça, moradora do bairro, conta que
a precária situação das ruas já causou até a morte a uma mulher, que caiu em uma vala na localidade do Loteamento Fazendinha Terrabras, também conhecida como “Pau Roxo”.
Outro morador, Luiz Carlos Pires de Araújo, lamenta o estado das ruas e ressalta a dificuldade que tem para passar com o seu carro, principalmente quando chove. “Infelizmente as ruas não asfaltadas são um problema para nós. Já sofrermos quando chove, porque entra água em casa, e ainda precisamos lidar com o problema dos buracos e da lama. A entrada da rua que dá acesso à minha casa está muito ruim, tenho que passar com o carro com muito cuidado para não estragar a suspensão. Com isso, até o preço do meu imóvel se desvaloriza”.
Pequenos avanços
Montagem sobre fotos de Marcela Macêdo Lourenço
A legislação só permite a pavimentação depois que as ruas tiverem tratamento de esgoto, drenagem e meio-fio. Segundo o vereador José Augusto Vicente, que tem projetos de lei nessa área, é difícil estabelecer um prazo para que todas as ruas sejam asfaltadas, pois, além da autorização da prefeitura, as obras dependem de uma série de fatores como condições climáticas e qualidade dos equipamentos. Entretanto, ele afirma que muitas ruas já foram beneficiadas com o asfaltamento, como grande parte dos loteamentos Soter, em Itaipu, e Vale Feliz, no Engenho do Mato.
A Subsecretária de Serviços Públicos e de Serviços Concedidos de Niterói, Celeste Vasconcellos, argumenta que muitas obras já estão sendo feitas. Dá o exemplo da região de Santo Antônio, na entrada de Camboinhas, onde foi feita uma obra de drenagem que permitirá a pavimentação do local. Trata-se de um trabalho demorado e o asfaltamento é realizado por trechos. Enquanto as obras demoram, os moradores precisam aprender a conviver com o problema e aguardar as soluções.
Comente
Atenção: Após a publicação, seu comentário estará visível na próxima aba: (x) Comentário(s)
Informamos que os comentários podem ser excluídos caso sejam considerados ofensivos, discriminatórios ou não tenham relação com o conteúdo das matérias.