28 de junho de 2013

A Revolução será Fotografada*



Wesley Prado 

Este ensaio foi produzido durante cinco atos contra o aumento da passagem no Estado do Rio de Janeiro. As manifestações aconteceram entre os dias 14 e 20 de junho de 2013 nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo.

Alguns analistas já ousam a chamar de revolução toda essa movimentação nas ruas. Se considerarmos a etimologia da palavra (revolutio) é possível entender que o que se passa é uma grande volta, uma girada social que aponta para mudança.

As fotos buscam demonstrar, ainda que sutilmente, o teor das reivindicações, as expressões populares revoltadas com décadas de descaso e a atuação policial, que se mostrou autoritária e agressiva. O que inicialmente parecia um anseio isolado contra o aumento nas tarifas de ônibus mostrou-se a gota d’água para os socialmente oprimidos. Entre o número cada vez mais crescente (culminando em mais de um milhão no Rio no dia 20/06), grupos como MST, LGBT, indígenas, movimento negro, partidos políticos (os que se revelaram de esquerda), grupos “anarco-punks” e outra enorme variedade de minorias encheram as ruas. Logo após os 100 mil no Rio e as prisões arbitrárias, a classe média também resolver dar as caras e, embora sejam contra o levantamento de bandeiras, tinham suas bandeiras muito bem definidas, como “sem vandalismo” e “fim da corrupção”. Pautas se misturaram. A revolta antes verbalizada se concretizava. Não era mais por apenas 20 centavos. 

Nesse percurso, eu fui preso por fotografar e não ter nenhum vínculo empregatício com a imprensa (leia-se empresa jornalística). Enquanto comunicador social e cidadão, mesmo após a prisão e soltura, continuei fotografando. Produzi esse ensaio para mostrar que SIM, a revolução será fotografada.



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