O Botafogo, na torcida

5 de dezembro de 2010

Por Leonardo Pimentel Freire

A missão é quase impossível. Para conquistar a última vaga para a Libertadores, o Botafogo precisa vencer o melhor time do returno do Brasileirão, neste domingo, fora de casa, e torcer para que o Goiás perca por três gols para o Independiente, da Argentina, na próxima quarta, na decisão da Copa Sul-Americana.

O estudante de Direito e botafoguense Hugo Boechat, de 20 anos, está pessimista. “O Botafogo pode até ganhar do Grêmio, como ganhou do Atlético-MG fora de casa, jogando nos contra-ataques, mas o Goiás já venceu o primeiro jogo da Sul-Americana e também vencerá o segundo. O time do Independiente é ridículo”.

Jorge Luiz Barboza também não crê na classificação, embora credite o provável insucesso alvinegro à torcida, pouco presente nos jogos decisivos.“Estou desanimado. A torcida é muito exigente e não vai ao estádio. Hoje o clube tem CT, estádio moderno, está sempre disputando títulos e ela não comparece”, reclama o comerciante, de 49 anos, carioca mas que há 17 anos mora no Espírito Santo. “Minha geração lotava jogos contra Alecrins e Grêmios Maringás. Hoje a torcida reclama de barriga cheia”, diz ele, aludindo à época em que o time vivia na penúria de anos seguidos sem título mas não perdia a fidelidade de seu público.

Já o estudante de Direito Allan Guedes, de 20 anos, é mais comedido e ressalta que depende da postura que a equipe vai ter ao encarar a pressão do Olímpico. “Eu acredito numa derrota do Goiás na Argentina, sim, só não sei se de goleada. Quanto ao Botafogo, se o Joel [Santana] entrar com a equipe de forma corajosa, com pegada mas saindo para o jogo, é possível”, argumenta, agarrando-se à famosa frase sempre repetida – “há coisas que só acontecem ao Botafogo” – para enxergar alguma esperança na classificação: “O Botafogo é assim. Costuma se dar bem em situações difíceis e se enrolar nas fáceis”.